Para uma autoetnografia dos estados de vulnerabilidade: ensaio num caso de disfunção da tiróide

  • José Costa

Resumo

A antropologia é uma ciência humana, como tal, é uma ciência viva, cujo manancial metodológico deve ajustar-se à mudança histórica. Este ajustamento constitui tanto um risco como uma vantagem. Um risco porque prende a antropologia a um estatuto científico em constante desequilíbrio, uma vez que a cristalização metodológica é um critério tradicional de atribuição de reconhecimento às disciplinas científicas. Porém, uma vantagem, porque tal ajustamento é sinal inequívoco da procura incessante de rigor. Um exemplo desta procura é o uso da autoetnografia em situações de difícil apreensão a partir do exterior do sujeito, como é o caso das situações de vulnerabilidade. Neste artigo ensaia-se o uso da autoetnografia na descrição e na análise dos comportamentos de procura de ajuda face a uma situação de disfunção da tiróide. A utilização deste método no estudo dos comportamentos de ajuda poderá contribuir para a realização de uma efetiva medicina narrativa.
Publicado
2016-07-07